quinta-feira, 26 de abril de 2007

Ser mãe é também:

(antes do rebento)
- Acordar super maldisposta, vomitar (sabe Deus lá o quê), comer qualquer coisa, de preferência líquida, vomitar outra vez, e voltar a comer novamente. Isto durante uns 90/120 dias (para as sortudas), ou 150 dias (meu caso).
- Conduzir com a janela do carro sempre aberta, mesmo nos dias que faz aquele frio de rachar, ou que chove a cântaros, porque com ela fechada dá direito, ao chegar ao trabalho, sair do carro a correr e ir direita ao wc para mais uma sessão de vómitos. Ou então uma paragem forçada pelo caminho, o que não é nada bonito.
- Ficar super feliz, por finalmente conseguir comprar “aqueles” móveis para a casa, que por isso deixou de fazer eco, e descobrir 2 dias depois que o cheiro deles dava-me a volta ao estômago a ponto de detestar entrar na minha própria casa. Resultado, móveis fechados num dos quartos até ao final da gravidez.
- Aí por volta do 6º mês, começar a ter uns ataques de azia que até dão direito a acordar de tanto que “queima” o esófago. E lá vêm outra vez os vómitos, há quem consiga aguentar sem vomitar, mas até aqui eu não fui excepção à regra.
- A partir do 7º mês, contar em fazer xixi de 10 a 15 vezes por dia, e sim, isso implica acordar de noite com uma vontade enorme de esvaziar a bexiga. (Um aparte: por acaso acho o corpo humano fantástico, no meu entender isto é uma preparação para as noites mal dormidas que se adivinham).
- Ter que dormir sempre de lado, (quem diz dormir, diz também fazer outras coisas, hihihi), porque de barriga para baixo, claro está, é impossível; e de costas por incrível que pareça faz doer a barriga e parece que também não é muito bom para os bebés.
- Assim mais para o final do acontecimento ter que pedir para nos cortar as unhas dos pés ou simplesmente para nos atarem os atacadores das sapatilhas. E não façam como eu, que com a minha mania de ser “independente” e contrariando o conceito de que a gravidez impõe-nos alguns limites, além de cortar a unha cortei também o dedo, pois… e não foi só pele. Com uma barriga assim, é-nos difícil ver o que estamos a fazer…
- Ter dores de costas de morrer.
- Termos que nos expor assim de perna aberta (isto mais nas últimas semanas), para a médica fazer o toque e com sorte ainda apanhamos uma equipa de estagiários e claro como estão a aprender um deles também tem direito ao “toque”, o que p’ra nós é maravilhoso, nem sei como é que não gritei: UAUUUUU, mas pronto…
- Depois há ainda aquela parte do tempo, 9 meses já não é pouco, mas há gravidezes que vão para além… ups, prometi que não me queixava mais…

(depois do rebento e deixando a questão do parto na gaveta)
- Andar 1 semana sem nos podermos sentar ou simplesmente andar, de tanto que nos doem os pontos. O remédio aqui é estar sempre de pé ou deitada… e claro ouvir uns “piropos” em relação ao nosso “andar esquisito”.
- Dormir no máximo 2 a 3 horas seguidas, mais é impossível, e se forem 3 horas já fico “toda” contente da vida. O que dá 4 a 5 horas por noite, é desesperante…isto porque ele mama de 3 em 3 horas, demora +/- 1h a mamar, mais mudar fralda, arrotar, adormecê-lo novamente, quando vamos a ver, puft… está o sol a espreitar…
- Ter paciência, kilos de paciência. Paciência para as noites sem dormir, para aguentar o choro dia e noite, paciência para os outros… (não me interpretem mal, mas no inicio parece tudo tão difícil. O que nós pais, desejamos é curtir o nosso filhote e aproveitar todos os bocadinhos que ele dorme para descansar também, e com tantas visitas – que recebemos – esse inicio tornou-se um bocadinho “mais” difícil). Mas agradeço a todos o carinho e a alegria que deixaram.
- Deixar o “eu” de lado. Agora é tudo “ELE”
- Ficar sem tempo para nada. Tipo, pensamento meu: “Bem, agora mamas, vais dormir e eu vou fazer o almoço, arrumar a casa, passar a ferro, etc, etc, “ pensamento dele: “pois, pois, não andes comigo ao colo ou não vás passear comigo que tu vais ver o que é dor de ouvidos…”
- Ter dor de cabeça desde as 7 da manhã de hoje até às 7 da manhã de amanhã. Perguntar à médica. “ Doutora, tenho enxaquecas de morrer, será que posso tomar um nimed, assim só uma vez por outra?” e ouvir como resposta: “Eu sei querida, (é um amor a minha médica), mas como ainda estás a amamentar é melhor tomar só o ben-u-ron.” Será que ela ainda não sabe que enxaqueca só com migraleve ou nimed? Coitada… bem não é a área dela, não se pode levar a mal.
- Ter, outra vez, dores de costas, daquelas terríveis. E quanto mais p’ra frente pior… ele vai ficando assim para o pesadote.
- Apanhar um cagaço, daqueles valentes, sempre que ele chora compulsivamente, sempre que ele deixa de fazer cocó, sempre que ele está mais quentinho ( e na volta “do termómetro”, nem febre tem).
- Viver 24 horas preocupada, mesmo quando ele está a dormir. Essa história da morte súbita não me sai da cabeça, foi novidade para mim, esta questão.
- Gastar “rios” de dinheiro! Enfim é nosso filho, queremos que ele tenha tudo o que não tivemos e sempre do melhor, é que nem pensamos 2 vezes, compramos e pronto.

Ahh pois é bebé…
Pensavam que era tudo um mar de rosas, não?...

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