sábado, 11 de julho de 2009

Leituras

"... A verdade é que tudo indica que o Big Bang existiu. Se existiu algo o fez existir. A questão regressa sempre ao mesmo ponto. Qual a primeira causa? E o que causou a primeira causa?
-Deus?
... ...
-Eu quero chegar a esta pergunta: qual a intenção da criação do universo?
Acho que não é fácil responder afirmativamente a essa pergunta, mas existem alguns indícios interessantes.
... ...
Há um argumento muito poderoso que foi dado por William Paley no séc. XIX. Apontou para o soalho de madeira do restaurante.
-Imagine que, ao entrar aqui, eu me deparava com uma pedra pousada ali no chão. Olhava para ela e pensava: como diabo esta pedra foi ali parar? Talvez respondesse logo a seguir: bom a pedra sempre existiu, é uma coisa natural.
... ...
-Agora imagine que, em vez da pedra, eu deparava-me antes com um relógio. Será que podia dar a mesma resposta? Claro que não. Depois de analisar o complicado mecanismo do relógio, diria que se tratava de uma coisa fabricada por um ser inteligente com um objectivo especifico. Agora a questão é a seguinte: por que razão não posso dar à existência da pedra a mesma resposta que dei em relação à existência do relógio?
... ...
Como membro pertencente à espécie inteligente que concebeu o relógio, eu sei qual é a intenção que presidiu à criação do relógio. Mas eu não pertenço à espécie que concebeu a pedra, pelo que não tenho uma certeza objectiva sobre a intencionalidade da sua criação. Mas posso presumir que houve uma intenção.
... ...
-Você não queira comparar a complexidade de um relógio com a complexidade de uma pedra.
... ...
-Olhe para tudo o que nos rodeia. Já viu?... ... Você já reparou na complexidade de todo o universo? Você já pensou na minúcia de organização necessária para pôr um sistema solar a funcionar? Ou para relacionar os átomos? Ou para conceber a vida? Indicou as águas mansas do Mondego, que deslizavam como uma estrada paralela à marginal. Ou para permitir que aquele rio flua daquela maneira? Não acha que isso é infinitamente mais complexo e inteligente do que o mecanismo de um mero relógio?
... ...
Então se uma coisa assim tão simples como um pequenino relógio é concebida por um ser inteligente e tem uma intenção por detrás de si, o que poderemos dizer nós de todo o universo? Se alguém que nunca viu um relógio antes é capaz de perceber, ao deparar pela primeira vez com um destes exemplares, que se trata de uma criação inteligente, porque razão não poderemos nós, ao constatar a grandiosidade e complexidade inteligente do universo, chegar à mesmíssima conclusão?
... ...
É esta a base do argumento da intencionalidade. Se tudo que vemos á nossa volta mostra um propósito e uma inteligência, por que não admitir uma intenção na criação?... ... Posso nunca vir a conhecer a inteligência que o criou, mas basta olhar em redor para perceber que esta é uma criação inteligente.
... "
A fórmula de Deus de José Rodrigues dos Santos


Podemos acreditar, explicar, olhar e sentir as coisas de diversas formas e maneiras. Mas a verdade sempre foi, é e será apenas uma.

Um livro que aconselho vivamente.

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